SOS Racismo expressou repúdio pelo falecimento na Cova da Moura e manifesta crítica à atuação da PSP. A associação SOS Racismo condenou veementemente a morte de Odair Moniz, um homem baleado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) na Cova da Moura.
Segundo o comunicado da associação, esta morte é vista como mais um caso numa “longa lista de pessoas negras mortas às mãos da polícia” e é colocada num contexto político de crescente discurso de ódio e securitarismo direcionado às comunidades negras. O SOS Racismo questiona as circunstâncias do incidente, em particular a alegada agressão com uma arma branca e o uso de força letal por parte da polícia.
A PSP, por sua vez, justificou a ação, afirmando que o homem tentou fugir após uma ordem de paragem, despistando-se e abalroando viaturas, antes de, alegadamente, tentar agredir os agentes com uma arma branca, o que resultou no disparo fatal. O SOS Racismo criticou a explicação, levantando dúvidas sobre a necessidade de força letal e sugerindo que o tiro poderia ter sido direcionado para imobilizar, em vez de matar.
A associação também apontou que existe um “padrão de intervenção policial” em que a violência contra pessoas negras é recorrente e questionou as verdadeiras motivações da atuação policial, considerando que a PSP está “infiltrada pela extrema-direita racista”. Assim, exigiu um inquérito para apurar responsabilidades e a suspensão imediata dos agentes envolvidos.
A ministra da Administração Interna já ordenou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito urgente, enquanto a PSP também abriu uma investigação interna para esclarecer o incidente.